Viagem com amigas: será que fortalece ou pode arruinar uma amizade? Qual o segredo para manter a harmonia e a diversão durante um longo período juntas? Confira as alegrias e os perrengues que eu já passei em viagem com amigas!
Conheça as dicas para driblar os problemas, aprender com os desafios e aproveitar, ao máximo a sua experiência.
Viagem com amigas: uma conquista das mulheres no século XXI
Pode ser que eu esteja defasada e que viagem com amigas já aconteça há um certo tempo. Porém, receio que a liberdade de viajar solo ou com amigas é uma conquista muito recente no universo feminino.
Eu, mesma, no auge dos meus (recém completados) 49 anos, vivi a experiência de viagem com amigas há pouco anos. E olha que eu costumo me gabar de ter um marido super cabeça aberta e parceiro.
Entretanto, essa pode ser a minha visão limitada de uma mulher casada. E que solteiras ou desimpedidas pensem que estou fazendo “much ado about nothing” (tradução livre: muito barulho por nada).
O fato é que não conheci uma única esposa da geração da minha mãe passando pela experiência. Assim como desejo, honestamente, que para a geração das filhas das minhas amigas (eu só tenho meninos) este post seja peça de museu e que a reflexão que faço hoje nem passe pela cabeça de alguém.
Contudo, temos um longo caminho pela frente. Uma mudança que não vai partir somente da ala masculina.
Eu, mesma, soube de comentários inusitados vindos de pessoas próximas, achando que meu casamento estava em crise por eu viajar sozinha ou com amigas.
Resumindo: a repressão, muitas vezes, pode surgir entre nós, mulheres. 🙁
Entretanto, uma boa viagem com amigas pode fazer cair por terra opiniões ultrapassadas e mostrar o quanto este tipo de experiência pode ser revigorante e, acima de tudo: altamente recomendável!
As minhas experiências de viagem com amigas
A primeira vez que viajei com amigas foi no ano de 2014, quando fui convidada para completar um quarteto para uma viagem a Madri.
Na época, em minha santa inexperiência, não sabia nem como abordar o assunto com o meu marido. Eu só havia viajado sozinha umas duas ou três vezes, mas sempre com um objetivo “sério”: uma viagem a trabalho, um intercâmbio de Inglês, o básico.
A reação dele foi super tranquila e neutra, do tipo “ah, que legal”… e lá fui eu. De lá pra cá, o mesmo grupitcho já fez várias viagens. E nem preciso dizer que a experiência deu tão certo, que o contingente aumentou.
Já organizamos uma ida a Bordeaux em um grupo de 8 amigas (diga-se de passagem, uma das viagens mais lidas aqui do blog!).
Fizemos, ainda, uma quase excursão escolar viagem a Estocolmo em um grupo de 10 incansáveis tagarelas.
E a cada ano que passa, estamos tentando manter a tradição, ainda que hoje estejamos espalhadas pelo mundo.
Assim, uma semana por ano, todas procuramos nos organizar para a nossa terapia de grupo o nosso encontro.
Nessas ocasiões, eu brinco com o meu marido que gastarei em uma semana o correspondente à terapia que não precisarei fazer o restante do ano. Sim, minha gente, rir com amigas é o melhor remédio do mundo!
As dinâmicas de cada tipo de viagem
Cada tipo de viagem e cada grupo específico terão uma dinâmica diferente. O mesmo destino visitado solo, em dupla ou com um grupo – pequeno ou grande – possibilitará uma experiência única.
Para exemplificar, cito Florença. Visitei com meu marido e depois voltei com este meu grupo de amigas. A forma como eu vivenciei a cidade foi completamente distinta nas duas ocasiões. Tivemos até uma autêntica aula de culinária italiana!
Para completar, ainda encontrei com a minha grande amiga e blogueira Ana Venticinque (do blog Vou pra Roma) e passamos um dia divertidíssimo em um bate e volta até Pisa.
Foi uma viagem memorável!
O fato é o seguinte: viagem em casal é diferente de viagem com filhos, que é diferente de viagem com o restante da família e assim por diante.
Não dá pra gente querer que todas funcionem da mesma maneira. O que dá pra fazer é decidir aquela que será a opção ideal em dado momento da nossa vida.
Aí, sim, as chances de sucesso na viagem estarão (quase que) garantidas.
Viagem com amigas: o passo a passo
Toda e qualquer viagem vai requerer um mínimo de planejamento e de prioridades. É impossível pensar em um destino (inédito ou não) sem estabelecer aquilo que você quer ver, fazer, com quem e como. Daí que organizar estes primeiros fundamentos é essencial.
Afinidade e momento presente
Falando dessa forma, pode parecer um pouco cínico e objetivo, mas as pessoas passam por mudanças significativas ao longo da vida.
Não é porque uma pessoa foi extremamente próxima a você em dado momento da vida, que isso vai prevalecer pra sempre.
Da mesma forma que não é porque você tem certas afinidades com uma pessoa que o sucesso de uma viagem juntas está assegurada.
Para garantir diversão durante uma viagem, é necessário que vários fatores estejam em equilíbrio.
Mais do que afinidades, o momento que cada pessoa está passando dita muito mais a forma como vocês se relacionarão durante uma viagem.
Um exemplo clássico: uma pessoa é desimpedida e a outra, não. Em certos momentos, talvez haja conflitos de interesses.
Outra situação básica: uma das pessoas viaja com criança(s); a outra, não. Imagine: eu – que estou mais para avó – não muita teria paciência para viajar com alguém que tivesse que parar a todo instante para trocar fraldas ou correr atrás de criança. Afinal, estamos em momentos diferentes da vida.
De modo que, para aumentar as chances de harmonia durante uma viagem, o ideal é que todos os envolvidos estejam, de certa forma, vivendo momentos parecidos na vida.
Planejamento
Toda viagem, em algum momento, vai exigir de você um pouco de jogo de cintura. Assim como deve ter espaço para surpresas e reajustes.
Contudo, em uma viagem em grupo, o planejamento, não só é necessário, como pode ser divertido.
O lado prático do planejamento é a garantia de ter pouca margem para erros.
A parte lúdica é que, no momento em que os primeiros esboços de um cronograma começam a ser traçados, a empolgação e a ansiedade já começam a contagiar todo o grupo.
Daí que a fase do planejamento cria um laço inigualável de cumplicidade e expectativa.
Além disso, especialmente em um grupo grande, o planejamento é fundamental.
Imagine você, às vésperas de uma viagem, ter que arrumar as acomodações e os ingressos para atrações concorridas. Pode ser um caos desnecessário!
Desafios de ordem prática em uma viagem com amigas
Muitas vezes, um dos maiores desafios é acertar na escolha das acomodações. Diferenças de estilo podem atrapalhar essa busca.
É necessário que se estabeleçam as prioridades do grupo. E, para isso, alguns fatores precisam ser levados em consideração. Porém, no final, o mais importante é que o custo-benefício agrade à maioria.
Outra questão importante é a montagem do cronograma. Como cada pessoa tem seu ritmo, gostos e estilo, o ideal é organizar um programa eclético: com eventos e atividades que agradem a todas.
Assim como é fundamental deixar espaço para que cada integrante sinta-se à vontade de aderir ou não ao que foi planejado.
E, finalmente, uma das questões que podem gerar mais desconfortos durante a viagem: a divisão das despesas. Esta é uma parte delicada e que costuma atingir mais a ocasião das principais refeições.
De modo que nem preciso dizer que nesta hora, o bom senso deve prevalecer. Se uma pessoa escolhe um prato muito mais caro, ou bebe vários drinks elaborados, o ideal é que ela sugira pagar a diferença.
A conduta, certamente, garantirá o bom humor e a harmonia do grupo.
Desafios de ordem emocional em uma viagem com amigas
Como em qualquer situação da vida, saber o momento certo de expressar opiniões é uma dádiva. Durante uma viagem, isso passa a ser a ordem do dia.
Afinal, em alguns momentos alguém estará com fome ou entediada ou cansada ou, ainda, tudo junto e misturado. Nesta hora, a tolerância é a chave da convivência!
Outra questão fundamental, é ter serenidade para lidar com imprevistos e “desvios de rota”.
Certa ocasião, passamos por um problema sério, com um pneu furado em uma estrada deserta. Para piorar as coisas, chovia. O caos nunca vem sozinho, não é mesmo?!
Eu, particularmente, fiquei bem irritada. Não pelo pneu furado em si (essas coisas acontecem) mas pelo fato de que eu defendia veementemente a ida ao destino usando o transporte público.
Teria dado tudo certo? Nunca saberei. Teríamos aproveitado mais o destino? Acredito que sim.
Porém, naquele momento, enfatizar tudo isso não ajudaria em nada. Fiquei muda (apesar de a cara contar tudo!).
Uma das minhas amigas, percebendo meu terrível mau humor, fez piadinhas para me descontrair.
Ela seguiu, intuitivamente, dois princípios básicos em uma viagem com amigas: ter paciência para lidar com as variações de humor e respeitar o momento (ruim) do outro.
Eu fui relaxando, aceitando o inevitável e nenhum mal estar se instalou no grupo por conta da minha contrariedade.
Resumo da história: resolvemos o problema, seguimos nosso caminho e entre mortas e feridas, salvamo-nos todas!
Viagem com amigas: um saldo que fica para sempre
Pode parecer lugar comum, mas ninguém volta igual de uma viagem com amigas. Sério. Palavra de quem já viveu a experiência muitas vezes!
Um longo período juntas – ainda que a viagem seja curta – altera a relação para sempre.
Imagine que se o único tempo em que você estará só (provavelmente) é o que vai passar dormindo, você terá, certamente, uma overdose de convivência.
Se as afinidades e bons momentos forem o ponto alto do relacionamento, show: todo mundo voltará mais unido e mais cúmplice.
Se, do contrário, a boa química não rolar, não se engane: as estruturas ficarão abaladas para sempre.
Em outras palavras, a mesma intimidade que pode fortalecer os laços, também pode mostrar os antagonismos e minar a convivência.
Novamente, acredite: eu conheço os dois lados da moeda. Incompatibilidade de gênios se mostra bem evidente no convívio diário.
Para mim, uma viagem com amigas cumpre dois princípios fundamentais para o meu bem-estar.
O primeiro deles, é o sentimento de ser parte de um grupo, genuinamente, formado por escolha. Estamos juntas não pela necessidade, mas pela grande afinidade que nos une.
O segundo, é a sensação revigorante de que estou fazendo algo só para mim. Não como cumpridora dos deveres de mãe, esposa, funcionária etc. Vivo um momento meu, individual e único.
Viagem com amigas: e se a moda pega?
Tarde demais… Já pegou! Estamos no mês de fevereiro e eu e minhas “viageiras” favoritas já estamos a todo o vapor, preparando a nossa viagem deste ano.
Setembro nos espera. Mesmo que três continentes nos separem, os preparativos rolam freneticamente. Ah, santo WhatsApp!
Talvez a gente nem se dê conta, mas a próxima viagem já começou no exato momento em que surgiu no plano das ideias.
O encontro físico, as risadas, as confidências, as trocas de experiências, os palpites, a tagarelice acontecerão apenas por uma semana. O encontro de almas, entretanto, durará uma vida.
Qual será o próximo destino?
Ah, sim. Você certamente está se roendo para saber aonde vamos, não? Hum… vou ser malvada! Só contarei em setembro.
Mas até lá, você pode deixar aqui nos comentários o seu palpite. Ou a sua escolha, se a viagem fosse com você e o seu grupo de amigas! 😉 🙂
Deve ser uma experiência muito rica ! acho que todas as viagens nos ensinam coisas mas com amigas deve ser algo especial. Tarefa complexa organizar uma viagem assim mas acho que compensa o trabalho.Curiosa para saber o destino de setembro.
Querida Lilian, sua participação por aqui sempre me alegra muito! De fato, qualquer viagem é sempre uma expeiência única e rica. Viagens com amigas são uma delícia: divertidas, leves e, ao mesmo, tempo profundas. Eu amo um Clube da Luluzinha pra viajar. Vou dar uma dica quanto ao destino: você já conhece… hehehe! Beijocas! 🙂 🙂 🙂
Adorei este Post e mais ainda da nossa super viagem a Pisa! Bjs Ana
Amiga querida, pena que moramos tão longe! Do contrário, seriam muitas viagens juntas. Beijão! 🙂