Castrolanda, situada a menos de 170km de Curitiba, possui um moinho holandês de verdade e um centro cultural que vão lhe fazer sentir-se na Terra dos Tamancos. Conheça o belo legado desta colônia holandesa do Paraná!
Afinal, o que é Castrolanda?
Castrolanda é uma colônia holandesa. Ela foi fundada por imigrantes que chegaram à região de Campos Gerais, no interior do Paraná, entre os anos de 1951 e 1954.
Estes colonos vieram após a Segunda Guerra Mundial, atraídos pela possibilidade de trabalhar com a atividade pecuária leiteira.
Quando a colônia na cidade de Castro (daí o nome Castrolanda) foi formada, a colônia de Carambeí já existia.
Então, esta nova leva de colonos holandeses chegou com muito mais estrutura e organização.
Munidos de equipamentos, animais e profissionais experientes trazidos da Holanda, formaram uma cooperativa na região.
De lá para cá, seus descendentes continuam contribuindo para manter a importância da colônia na produção leiteira da região. De modo que Castrolanda é a capital leiteira do Brasil.
O que visitar em Castrolanda?
Claro que para quem visita Castrolanda, a contextualização histórica é importante, mas o foco é mesmo conhecer algo bonito e ter uma experiência diferente.
E, neste quesito, você vai ter uma oportunidade como poucas aqui no Brasil. Afinal, não é em qualquer esquina que você vai encontrar um autêntico moinho holandês.
E, apesar de ele ser a cereja do bolo, você também vai se encantar com outras coisas…
Eu nunca escondi aqui no blog o fascínio que a Holanda exerce sobre mim! É um sentimento antigo, que só se acentuou depois dos 8 anos em que vivi naquele país incrível!
Assim, que o dia que passei na região de Campos Gerais foi mágico! Na parte da manhã, eu visitei o Centro Histórico de Carambeí, cuja experiência conto em outro post aqui do blog.
E, à tarde, tive a oportunidade de vivenciar um pouco mais da Holanda visitando as atrações de Castrolanda.
O moinho de vento de Castrolanda
Inaugurado no ano de 2001, De Immigrant (O Imigrante, em Português) é um dos maiores moinhos de vento do mundo.
Ele foi projetado na Holanda, com as mesmas medidas dos encontrados nos de lá. Depois, foi trazido para o Brasil, especialmente para comemorar os 50 anos da fundação da colônia de Castrolanda.
De Immigrant é, também, uma réplica do moinho Woldzigt, cujo original encontra-se em Drenthe, no norte da Holanda.
Uma inspiração totalmente justificada, uma vez que os colonos holandeses de Castrolanda vieram desta região.
Hoje, além de funcionar normalmente, ele compõe o acervo cultural e turístico de Castrolanda.
Entenda a arquitetura de um moinho de vento holandês
Um moinho holandês funciona através do acionamento de suas pás, movidas com a ação dos ventos. Portanto, a necessidade de ser alto e situar-se em regiões planas e descampadas.
Normalmente, ele tem a base mais larga e vai se estreitando até o topo. Por conta de sua altura, ele é dividido em vários andares.
Cada andar é conectado ao outro através de uma escada, que costuma ser estreita e bem íngreme.
No caso do moinho de Castrolanda, você pode conferir toda a sua estrutura e visitá-lo por dentro até a sua cúpula.
São 4 andares de visitação, distribuídos de acordo com o tema a ser apresentado aos visitantes.
Distribuição do moinho de Castrolanda
Quando você acessa o moinho de Castrolanda, já dá de cara com o realejo De Notenkraker (O Quebra-Nozes em Português).
Ele é uma espécie de órgão que funciona a manivela. Você pode pedir para algum funcionário do moinho colocá-lo em funcionamento.
E se você pensa que realejos são coisas do passado, vai se surpreender. É muito comum encontrá-los em funcionamento nos centros das cidades holandesas. Especialmente, nos finais de semana.
Nos andares superiores, você encontrará exposições de objetos, artigos de vestuário e instrumentos de trabalho. Em suma, você conhecerá a evolução da cooperativa Castrolanda.
Terá acesso, ainda, à parte externa do moinho. Uma grande varanda, que contorna todo o moinho, dá uma visão 360 graus da região. Inclusive, você verá os silos da cooperativa.
Você também poderá conferir de pertinho as imensas pás que geram energia para o moinho funcionar.
Finalmente, quando a sua visita pelo moinho terminar, há um loja de souvenires e artesanatos cheia de artigos para você levar de lembrança da sua visita.
Museu Histórico de Castrolanda
Depois de sua visita ao moinho, dirija-se ao Museu Histórico de Castrolanda, que fica no mesmo complexo.
Ali, você poderá conferir um bonito acervo de móveis e objetos doados pelas família dos imigrantes holandeses.
Entretanto, o mais interessante de tudo é a edificação do museu. Isto porque é uma construção típica da região norte da Holanda.
E é nesta hora que eu peço a você licença para compartilhar toda a minha empolgação ao falar do assunto!
Isto porque eu morei 5 anos na província de Drenthe, de onde vieram os colonos de Castrolanda. Esta região é marcada pela presença de boerderijen.
Uma boerderij é uma casa de fazenda, com um padrão bem típico e que comum no norte da Holanda.
Eu mesma tenho amigos e conhecidos que moram neste tipo de construção. Elas são muito grandes e compõem-se de duas partes.
No passado, as famílias moravam na parte da frente. Na parte de trás, mantinham os animais, utensílios e maquinário. E toda esta estrutura servia tanto para moradia quanto para local de trabalho.
Mas hoje em dia, as pessoas compram estas antigas propriedades e as renovam, juntando as duas partes. O resultado é incrível, pois a parte de fora se mantém original e a parte de dentro fica super moderna. Um charme só!
Informações práticas para a sua visita
Localização e contato
- Rua do Moinho, 244/ Colônia Castrolanda – Castro – Paraná
- contato@centroculturalcastrolanda.com.br
- Museu: (42) 99156-3356
- Moinho: (42) 99101-9098
Horário de Funcionamento
- Moinho – sextas e sábados das 13:00 às 18:00
- Museu – sextas e sábados das 13:00 às 18:00
- Restaurante “Estação Café de Molen”– segunda à quinta das 11:30 às 15:00
- Sextas, sábados e domingos das 15:00 às 17:30
Para informações sempre atualizadas, convêm sempre consultar o site oficial da atração para programar a sua visita.
Minha experiência ao visitar as colônias holandesas do Paraná
Tive a chance de visitar as colônias de Carambeí e Castrolanda em um passeio de bate e volta a partir de Curitiba.
E, ainda que eu não tivesse um elo emocional com a Holanda, eu teria amado o passeio, pois as duas oferecem uma imersão bem realista e completa da cultura holandesa.
Acho, também, fundamental fazer o combo, pois cada uma oferece experiências diferentes, mas que se complementam.
Além disso, seria um desperdício visitar apenas uma delas, já que ambas estão separadas por pouco mais de 30 quilômetros.
Se o seu local de origem for a capital, é totalmente viável ir e voltar no mesmo dia, pois as distâncias são curtas e a estrada é boa.
Contudo, se você tiver a oportunidade de pernoitar em Castro, terá uma experiência mais completa.
Eu, infelizmente, não consegui desfrutar mais da região de Campos Gerais, onde as duas cidades estão instaladas.
Uma pena, porque me pareceu ser uma região muito agradável e com bom potencial turístico. Quem sabe eu não consiga voltar com mais calma? Vontade é o que não me falta!
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