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Passear pelo bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro , é um programa imperdível, seja você carioca da gema, de coração ou, simplesmente, turista. As ruas de paralelepípedo, os belos casarões e o tradicional bonde são um convite para resgatar um passado de requinte e cultura e para desfrutar de um presente de boemia e arte.

Um pouquinho do que é o bairro de Santa Teresa

 

Localizado no alto de uma serra entre as zonas central e sul do Rio de Janeiro, o bairro surgiu em torno do Convento de Santa Teresa. Erguido a partir de 1750, o convento abriga, até hoje, a Ordem das Carmelitas Descalças.

Entretanto, foi no século XIX que o bairro de Santa Teresa começou a se expandir, quando famílias abastadas resolveram construir ali imponentes casarões inspirados na arquitetura francesa da época.

 

Casarão antigo em Santa Teresa.

 

Dois eventos foram determinantes para o crescimento populacional do bairro. Uma epidemia de febre amarela em 1850 e a inauguração do bonde de Santa Teresa em 1896.

Como a incidência de febre amarela e outras doenças era maior na parte baixa da cidade, muitas pessoas resolveram se estabelecer no Morro de Santa Teresa.

Mais tarde, com a melhoria de acesso, o bairro se consolidou e até hoje atrai moradores e milhares de visitantes.

Como chegar ao bairro de Santa Teresa?

 

Há várias maneiras de se chegar ao bairro de Santa Teresa, dependendo de seu ponto de partida e do meio da locomoção escolhido.

Afinal, ele tem como vizinhos os bairros da Glória, do Catete e da Lapa, só para citar os da região central da cidade.

 

O centro do Rio como ponto de partida

 

Como eu estava acompanhada da minha irmã e da minha cunhada no dia em que visitei o bairro, resolvi começar pelo centro, antes de ir à Santa Teresa.

Assim, elas teriam a chance de conhecer outras atrações da Cidade Maravilhosa.

 

 

Nesse caso, foi possível combinar outros três pontos de interesse: o Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional e a Catedral Metropolitana. Essa última, a uma curtíssima distância da estação de embarque do Bonde de Santa Teresa.

 

Créditos da foto: Danny Oki

 

Caso você resolva fazer o “nosso” combo, o ideal é descer na estação de metrô da Cinelândia. Confira a seguir o trajeto ideal:

 

 

Bonde de Santa Teresa: transporte com estilo

 

Caso você resolva ir direto ao terminal de embarque dos bondes de Santa Teresa, o ideal é descer no metrô da Carioca e ir andando até lá. Não tem como errar! A estação dos bondes fica ao lado do Edifício Sede da Petrobrás (Avenida República do Chile, 65).

Os bondes partem do terminal de 20 em 20 minutos a partir de 8:00 da manhã. A partir do meio-dia, o intervalo é de 15 em 15 minutos. O último bonde sai às 17:30.

É possível, também, começar a visita ao bairro a partir da Escadaria Selarón. Aliás, muita gente acaba optando por esse acesso.

Eu optei por ir de bonde porque minha irmã (caçulinha, né?!) estava doida pra embarcar no tradicional veículo de madeira, tombado em 1983 pelo governo do estado.

 

Bonde de Santa Teresa.

Créditos da foto: Danny Oki.

 

E posso confessar uma coisa a você? Acho que foi a melhor opção. Primeiro, pelo charme do passeio. Não é todo dia que a gente embarca em um meio de transporte que mantém o mesmo tipo de estrutura de madeira usada desde que entrou em operação.

Segundo, porque andar pelas ruelas do bairro sem conhecê-lo direito pode não ser muito seguro. Infelizmente, este é um ponto que preciso enfatizar.

As ruas mais movimentadas do bairro, são relativamente seguras e policiadas. Melhor evitar os lugares mais remotos, principalmente durante à noite.

Aliás, um conselho de quem mora aqui no Rio: tente programar essas visitas ao centro e região para os períodos da manhã e da tarde. Nossa visita foi super tranquila e não sentimos insegurança alguma, mas é melhor ficar alerta. E isso vale para qualquer região da cidade.

 

Como comprar os bilhetes para os bondes de Santa Teresa?

 

Os bilhetes para os bondes podem ser adquiridos no guichê do terminal de embarque. Custam R$20,00 (valores de dezembro de 2017), mas estudantes da rede pública e pessoas com mais de 60 anos não pagam.

Não é necessário manter o bilhete. Para a descida, o embarque é gratuito.

 

Bilheteria para o bonde de Santa Teresa.

 

Como explorar o bairro de Santa Teresa a pé?

 

Uma coisa eu posso lhe garantir: se você só tiver um dia para visitar o bairro de Santa Teresa, vai conseguir ter uma breve ideia do que ele representa para a cidade. Se quiser ter a experiência completa, vai precisar voltar algumas vezes ou se hospedar por lá.

 

 

Aliás, no site do meu parceiro Booking.com, você encontra várias opções que atendem a todo tipo de orçamento.

Se você for se hospedar por lá, já aproveita e faz a reserva por aqui, mesmo. Você não paga nada a mais por isso. E, de quebra, ainda dá aquela força pro blog!

Bem, mas se você só tiver um dia para curtir Santa, não se preocupe. Vai conseguir sentir o astral descontraído e bucólico do bairro, mesmo assim.

 

 

As ruas de paralelepípedo e as construções antigas, fazem você se esquecer de que está em uma grande metrópole.

Ainda que você não consiga visitar o Museu Chácara do Céu ou o Parque das Ruínas, como foi o nosso caso, vai se encantar com a atmosfera tranquila de um Rio antigo.

Você vai se apaixonar pela infinidade de objetos de arte popular dos ateliês e das lojas de suvenires.

 

Também vai se surpreender com a decoração descolada das lojas!

 

 

Além disso, você vai se deliciar com os petiscos e refeições tradicionais dos bares e restaurantes da região.

 

 

E, finalmente, conseguirá fotos incríveis da cidade.! Aliás, a seção de fotos já vai começar no instante em que o bonde entrar em movimento.

Por falar nisso, você sabia que o trecho inicial do trajeto é nada mais nada menos do que o topo dos Arcos da Lapa? Sim, você estará sobre eles!

 

 

Como se localizar no bairro de Santa Teresa?

 

Basicamente, para turistas, o bairro concentra dois pontos específicos que são, também, os locais de paradas dos bondes: o Largo do Curvelo e o Largo dos Guimarães.

Primeira parada do bonde, o Largo do Curvelo é o desembarque ideal para começar a visita ao bairro pelo Parque das Ruínas e o Museu Chácara do Céu.

 

Santa Teresa: Largo do Curvelo.

 

Caso você resolva passar batido, o ponto final é no Largo dos Guimarães, região onde se concentra o polo gastronômico do bairro.

Porém, não se preocupe com o lugar do desembarque. Esta parte mais “turística” do bairro é muito bem sinalizada e as distâncias são relativamente curtas.

Você vai poder fazer tudo a pé. Inclusive, descer o morro de Santa Teresa usando os 215 degraus da Escadaria Selarón, caso você tenha vontade e disposição. Há muitas placas indicativas que não lhe deixarão perder o caminho.

 

 

Independentemente de ter comprado o ingresso ou não, você poderá pegar o bonde para descer.

O único conselho que lhe dou é pegá-lo no ponto do Largo dos Guimarães, pois cada bonde só tem capacidade para 32 pessoas. Então, talvez você não consiga embarcar ao longo do caminho.

 

 

Onde comer (bem) no bairro de Santa Teresa?

 

Antes de chegar ao bairro, pedi conselhos para minha amiga Paula, antiga moradora do bairro (e assistente para assuntos bloguísticos, como carinhosamente a apelidei).  Hoje, ela mora na Holanda, mas já perambulou muito pelas ruas de Santa Teresa.

Pedi que ela me sugerisse bons lugares para beber e comer. Ela me deu uma lista de “responsa”, que vai me obrigar a voltar lá muitas vezes.

Dentre as alternativas, a que mais me chamou a atenção foi o Bar do Mineiro, famoso pela tradicional feijoada. Entretanto, acho que todo mundo teve a mesma ideia nesse dia de altíssima temporada!

 

Santa Teresa: Bar do Mineiro.

 

Não optei pelo Espírito Santa, pois não estava muito a fim de comer peixe, mas ele também foi muito bem indicado.

 

Santa Teresa: restaurante Espírito Santa.

 

Aí, resolvi tentar o famoso bar do Portella, que também estava com uma fila enorme de espera. A funcionária foi super gentil e nos pediu desculpas por não ter lugar disponível. Até queríamos esperar, mas a fome bateu de vez. Sobrou a Adega do Pimenta, especializada em culinária alemã.

Apesar de o garçom falar que “iria quebrar o galho deixando a gente sentar apenas para petiscar”, eu pude matar um pouquinho da saudade dos quitutes dos meus antigos “vizinhos”. Optamos pelos croquetes de carne e um mix de linguiças. Estavam bem gostosos.

 

Santa Teresa: Adega do Pimenta.

 

Bem, conforme meu relato, você pôde perceber que parar para um lanche rápido na hora do almoço talvez seja um desafio. Além da lotação, pode ser que você tenha que aguentar cara feia, se você não quiser uma refeição completa.

Houve, inclusive, um estabelecimento vazio que recusou nossa entrada porque queríamos só petiscar e tomar umas cervejas. Uma pena: turista feliz volta e/ou divulga o local. Turista ofendido, faz justamente o contrário!

Escadaria Selarón: um ícone de Santa Teresa

 

A famosa escadaria, cuja entrada localiza-se na altura do número 53 da rua Joaquim Silva, liga o Largo da Lapa à parte do bairro de Santa Teresa.

O que seria uma simples escadaria de acesso ao bairro, transformou-se em uma atração turística graças ao trabalho do artista plástico Jorge Selarón.

 

 

Na década de 1990, o pintor e ceramista chileno resolveu estabelecer-se no Rio de Janeiro. Escolheu o morro de Santa Teresa para morar e montar seu ateliê.

Por volta de 1994, começou a fixar azulejos nos degraus da escada em frente à sua casa. Com o tempo, passou a revestir, também, várias muretas e os muros das casas que ficam ao longo da subida.

 

 

No início do projeto, Selarón costumava empregar azulejos encontrados em construções espalhadas pela cidade. Com o tempo, ele foi incorporando à obra azulejos  de todas as partes do mundo. 

Claro que cada pessoa que percorre os 215 degraus presta atenção em alguns azulejos, em particular. Eu procurei prestar atenção nos que me remetiam às cidades que já visitei.

E, lógico, que procurei aqueles relacionados à Holanda, meu país do coração. Achei alguns e fiquei toda feliz!

 

 

Tenho certeza de que cada visitante, independentemente de sua nacionalidade, tem a mesma sensação reconfortante de se sentir representado.

E o grande barato é que você vai percorrendo os degraus e se remetendo a lugares e pessoas queridos.

 

Adivinha de quem eu lembrei?! Traduz aí pra gente, Ana Venticinque!

 

É impossível não parar a todo instante para apreciar um ou outro azulejo e registrar o momento. Para quem ali vive, a escadaria pode ser só uma via de acesso.

Para quem está de passagem, a escadaria é um caminho para lugares distantes dos olhos, mas próximos do coração. É, sem dúvida, uma via fascinante!

 

Extras para curtir o passeio em Santa Teresa    

        

Como eu já havia mencionado, você pode optar por iniciar a visita ao bairro de Santa Teresa a partir da Escadaria Selarón. E pode, também, fazer o inverso.

Entretanto, qualquer que seja a sua escolha, você estará numa região turística da cidade. A Escadaria fica a uma curta distância dos Arcos da Lapa e das alternativas boêmias que o bairro oferece.

Porém, se você não curte esse tipo de diversão, há muitas outras alternativas culturais a uma curta distância dali. O importante é você aproveitar para explorar a região central da cidade e verificar que o Rio é muito mais do que belas praias. O Rio também é cultura.

 

A acomodação perfeita para a sua viagem, você encontra aqui:

Categorias: Rio de Janeiro

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4 thoughts on “Santa Teresa no Rio de Janeiro: Boêmio e Imperdível!”

    1. Minha querida amiga, sua participação é sempre muito especial. Muito obrigada por tirar um tempinho do dia do seu aniversário para nos brindar com este presente. Beijos mil de todos nós! Muitos anos de uma vida alegre, sorridente e divertida!

  1. Um dos melhores passeios que participei. Além do charme em poder voltar aos séculos XIX E XX com os charmosos bondes. Eu, como adoradora nata do retrô, do romantismo, amei a experiência. Me aventurei em 215 degraus debaixo de chuva e quer saber? Subiria mais DEZ vezes. Passeio que vale a pena e cabe no bolso de todas as pessoas! BBB E PEDE MAIS UM B, DE BIS!!!!♡

    1. Que lindas palavras… fico muito feliz que você tenha gostado! Irei com você lá todas as vezes que você quiser. Ou até a gente conseguir dar conta de todos os botecos e petiscos… hehehe! Beijão!

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