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A ideia de morar em um hotel pode parecer atraente para quem está pensando em sair da rotina, mas pode ser bem diferente quando se torna a sua realidade…

Quando me mudei para a Holanda em 2008, ficar 5 dias em um hotel me pareceu um ótimo arranjo. Afinal, após o período extenuante que antecede qualquer mudança (e, principalmente, uma internacional), umas mini-férias na frente da praia foram perfeitas!

 

 

De volta ao brasil, oito anos depois… mesma cidade, mesma praia. Até poderia ser de novo um período maravilhoso de férias… só que não! E não pense que é porque não estou gostando do hotel. 

Pelo contrário: tem um ótimo padrão de atendimento e conforto. Aceita até animais de estimação, o que foi um fator determinante para a escolha.

 

Como é morar em um hotel? Será que é mesmo divertido?

 

A esta altura você deve estar se perguntando quais são as desvantagens ou deve estar achando que estou tendo crise existencial de perua, mas o fato é que, depois de um mês vivendo assim, você provavelmente também sentiria saudades da sua rotina doméstica.

 

Seu desconforto começa logo de manhã…

 

Tudo bem que acordar e ter o seu desjejum caprichado e prontinho para ser degustado na paz é um luxo! Mas, quer coisa mais gostosa do que poder tomar seu café da manhã de pijama, de cara amassada e cabelo revoltado???

É… mas você tem que botar o mínimo de compostura na cara e no corpo e descer. Okay, não vou negar: o café da manhã deste hotel é divino! 

Porém, depois de um mês, ou você engorda ou enjoa. Os dois ao mesmo tempo! Quase um mês depois, posso afirmar que não enjoei, mas que já engordei…

 

Hotel na temporada

 

Sim, cheguei à Cidade Maravilhosa no dia 25 de dezembro. Auge do verão e de festas de fim de ano. De frente pro mar, Novotel Barra da Tijuca na lotação máxima.

O período exige paciência para tudo: pegar elevador (e eu estou no oitavo andar), arrumar mesa para o café da manhã, aguardar pacientemente o atendimento (e a comida) na hora do jantar e assim, vai.

Você começa a compreender um padrão: hotel de segunda a quinta, paraíso. Aquelas instalações quase todas só pra você. De sexta a domingo, um vai-e-vem sem fim de gente.

O curioso é que os funcionários começam a saber seu nome, o nome do seu cachorro, o número do seu quarto… e já lhe cumprimentam como bons conhecidos. Você passa a fazer parte da decoração!

 

A hora das refeições

 

Chega uma hora em que tudo que você quer é (só) comer. Sem complicações, sem grandes escolhas… sem “experiência”. Você só quer matar a fome. Não quer ter que decidir onde, como e o quê.

Tudo o que você quer, é aquela comidinha que você mesmo fez, sem glamour, sem ter que se arrumar e sair, sem ter que pedir a conta.

Restaurante é muito legal uma vez por semana, mas todo dia, para todas as refeições, acaba causando um desconforto.

 

 

E por falar em comida…

 

Nota dez para o restaurante do hotel, com pratos deliciosos e variados. Posso falar de “boca cheia”, pois já comi praticamente todas as opções disponíveis nestas três semanas que já estou aqui.

Pudera: existem poucos restaurantes nas imediações do hotel, pois a Barra da Tijuca não é tão turística quanto a Zona Sul.

 

Tradicional feijoada de sábado – Novotel

 

Quarto ou cela? Acomodação ou “incomodação”?

 

Pode parecer piada, mas imagine viver em confinamento a maior parte do seu dia. Ou ter que ficar na rua o tempo todo. O que lhe parece menos cansativo?

Em pleno mês de janeiro, Rio 40 graus purgatório da beleza e do caos (como cantaria Fernanda Abreu), você tem duas opções: ou torra do lado de fora, ou morre de tédio do lado de dentro.

Graças a Deus eu tenho um blog e posso me esconder atrás da tela de um computador, meu aliado nos momentos de solidão.

E tem o outro lado que é mais complicado do que ficar preso: você só tem um ambiente, que vai servir de tudo neste período glorioso.

Sala, cozinha, quarto, closet, vai ficar tudo junto e misturado mesmo. Some-se a isso, as oito malas que você trouxe, mais a parafernália que você julga mínima para viver… vai ficar apertado!

 

Quarto 871 – meu endereço temporário no Rio de Janeiro.

 

Roupa suja se lava em casa…

 

E tem ainda uma questão muito prática e urgente: a roupa suja. E você tem poucas escolhas: ou paga o preço exorbitante do hotel, ou arruma uma lavanderia com preço camarada ou lava você mesmo e, de quebra, já dá um toque pessoal na decoração do seu quarto.

Nestas quatro semanas, juntei e levei algumas trouxas de roupa para lavar em uma daquelas lavanderias “faça você mesmo”.

Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que o tal serviço só se encontra no painel do estabelecimento, que no caso é uma franquia, mas que na prática não existe… e, portanto, você paga três vezes mais por isso! Bem, mas este desabafo fica para um outro post.

Pois bem, mas com o calor que tem feito, é impossível voltar de uma corrida ou simples caminhada sem colocar toda a roupa pra lavar. E acumular roupa suada, deixaria um cheiro “de humano” terrível no quarto… kkk.

Então, o jeito é lavar à mão mesmo e pendurar como dá.

Mas, veja, nem de longe eu quero que este post tenha um tom de lamúria. Não é meu estilo ficar reclamando nem é meu objetivo focar na negatividade.

Eu quis apenas mostrar que tudo cansa quando se torna excessivo, até o que é bom. É uma ilusão achar que só porque algo pode ser divertido, que ele não será cansativo.

Claro que ficar em um hotel tem inúmeras vantagens que a mordomia pode proporcionar, mas isso eu não preciso contar. Todo mundo já sabe ou pelo menos, imagina.

O que eu queria enfatizar quando comecei este texto é que, por melhor que seja a acomodação, nada se compara à nossa casa, ao nosso cantinho, ao nosso lar… E eu não vejo a hora de voltar pro meu aconchego!

 

Vista da minha varanda

 


Na hora de ir embora, vai dar saudade… com certeza!

E não é que deu aquele momento aperto na garganta, mesmo? Cheguei ao hotel no dia de Natal e parti de mala e cuia no dia 21 de abril.

Coincidência pura as duas datas caírem justo em feriados nacionais! Rolou até live de despedida, que você pode conferir aqui mesmo:

 

A acomodação perfeita para a sua viagem, você encontra aqui:

Categorias: Vida no Rio

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4 thoughts on “Morar em um hotel? Será mesmo divertido?”

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