Com o Brasil passando por sucessivas crises econômicas, o sonho do brasileiro de viajar para o exterior tem virado um pesadelo! Quem já está com passagem comprada há tempos, tem arrancado os cabelos pensando na conversão e na conta do cartão de crédito na volta da viagem… é sempre dolorido olhar a fatura!… mas, algumas dicas podem aliviar o bolso na hora de pagar pela experiência…
1. Do it yourself! Planeje você mesmo a sua viagem…
Eu tenho ficado bem feliz com as escolhas que faço para as minhas estadias. A Internet ajuda muito, mas o fato é que, só se tem 100% de certeza da escolha, quando se chega ao local. Eu fui aprendendo ao longo dos anos e com os erros e hoje posso dizer, sem falsa modéstia, que erro muito pouco. Eu sempre repito, até para mim mesma: “faça a lição de casa”.
Não deixe para descobrir o que existe no lugar, quando chegar lá. Peça conselhos, ajuda, dicas e já chegue com “a tabuada na ponta da língua”. Assim, você não vai gastar o tempo precioso que tem no lugar pensando no que vai fazer no próximo dia. Crie você mesmo um roteirinho. Não precisa ser nada complexo ou inflexível. Só uma sequência de eventos e lugares já está bom. Assim, você economiza até tempo de deslocamento e dinheiro em transporte, por exemplo. O Google Mapas é um amigo fiel nessas horas!
Claro que deve existir margem para imprevistos e mudanças de planos, mas se você traçar as diretrizes, qualquer mudança só virá para melhor.
E por falar em “do it yourself”…Quanto mais você planejar por sua conta, menos refém ficará de outros. Com tanta oferta de informação na Internet, todo mundo é um agente de viagens em ascensão! Pesquise, pesquise, pes-qui-se… e faça o máximo que puder por conta própria. Lembre-se de que todo serviço prestado tem o seu preço. Os blogs de viajantes estão por toda a parte e (quase sempre) oferecem informações corretas e atualizadas.
2. Calcule o custo-benefício da acomodação
Na hora de escolher o local da hospedagem, reflita se a possível economia vai lhe trazer, de fato, menos gastos. Normalmente, os preços fora do centro turístico são mais baixos, mas os deslocamentos vão lhe custar mais tempo e dinheiro. Convém checar as variáveis.
3. Use as companhias aéreas low budget (de baixo custo)
Pelo menos aqui na Europa, elas são mais do que confiáveis e, acredite, muitas vezes a passagem de avião vai sair bem mais barata do que uma de trem, por exemplo. Lógico que o trem deixa você, quase sempre, na “cara da ação” (exemplos: Londres, Florença , Veneza , Amsterdã e Colônia ), mas às vezes, além de sair mais caro, também sai mais complicado. Principalmente se implicar em trocas de trens até o destino final.
Algumas companhias como Easy-Jet, Ryan-Air, Vueling, Transavia, entre outras, não só oferecem melhores preços, como cobrem destinos aonde as “grandes” , muitas vezes, não vão.
O que difere as grandes das pequenas são os “mimos” oferecidos. No time das low budget pode haver restrição de mala, horários muito cedo ou muito tarde, você terá que pagar à parte pela comida e bebida que consumir a bordo (com a vantagem de escolher, contudo!), mas não se iluda: nas grandes você é tarifado por cada serviço e facilidade. Apenas sente que não, pois já vem tudo embutido no valor da passagem.
Já viajei com todas estas companhias em diversas ocasiões e para os destinos mais variados. Posso garantir: uma vez no destino, você nem vai pensar nesses detalhes.
4. Planeje o quanto vai gastar por dia
Qual o tamanho do seu budget diário? É muito importante você estabelecer o quanto quer gastar por dia – seja em comida, em transporte ou entretenimento. Feita a previsão, você pode administrar a quantia ao longo do dia. Se gastou muito em um almoço, por exemplo, economize no jantar.
Guarde os recibos para maior controle dos gastos e para não ter que se perguntar: “aonde foi o meu dinheiro?”, pois na hora da empolgação, a gente não presta atenção…
Se você acha que vai se locomover muito usando transporte público, estude a possibilidade de adquirir um Day-Pass ou Week-Pass. A economia pode ser enorme! Um bom exemplo: em Londres, com o valor de 4 viagens dentro da “zona turística”, você adquire o ticket válido para o dia todo e viaja ilimitado. Ótimo negócio, em uma cidade em que as diversas atrações podem ficar longe umas das outras e perder tempo com longas caminhadas, é certeza de menos tempo onde realmente importa.
5. Pague com antecedência o máximo que puder!
Não tem coisa pior do que voltar pra casa, pra rotina de sempre, e continuar pagando meses pela viagem. Imagine: você sonhando com a próxima e tendo pela frente uma série de prestações?! Ninguém merece…
Alguns sites de hotéis – incluindo o Booking.com, do qual sou parceira – oferecem bons descontos para quem paga adiantado. São, normalmente, aquelas reservas que não podem ser canceladas. Se você tem certeza de que vai poder se hospedar, economiza e já se livra de uma pendência para a volta.
Muitos hotéis oferecem preços semelhantes para as tarifas com ou sem cancelamento. E, pelo menos no Booking.com, quando há a opção de cancelamento, não é necessário um motivo importante. Pode ocorrer por uma mudança de planos, por exemplo. Eu mesma já cancelei hospedagens algumas vezes, sem custo ou problema algum. O único detalhe é ficar atento ao prazo desse cancelamento. Alguns estabelecimentos aceitam um cancelamento até 72 horas antes da data de início das hospedagens. Outros, aceitam com até 24 horas de antecedência.
6. Compre ingressos on-line
Normalmente os ingressos comprados no site oficial das atrações são vendidos com um pequeno desconto. Não é muito, mas em tempos de Real desvalorizado, qualquer economia é bem-vinda. Além disso, comprar on-line é a garantia de não perder a chance de conhecer a atração tão esperada. Não duvide: em cidades como Londres e Barcelona , por exemplo, ficar sem ingresso pode ser mais fácil do que se imagina. Para os musicais em Londres, então, uma boa antecedência é o mais prudente: garantia não só de lugar, mas de preço.
7. Aproveite os descontos oferecidos pelos empresários locais
Muitos hotéis oferecem mapas que contêm vouchers de desconto para as principais atrações da cidade. Às vezes, até mesmo para restaurantes e lojas. Faça uso deles. Podem resultar em uma grande economia ao final da viagem…
Se você está hospedado em um hostel (albergue), pergunte sobre descontos para atrações ou mesmo sobre excursões. Fiquei hospedada em um albergue em Londres (outubro/2014). Lá, fiquei sabendo de um tour diário (com duas horas de duração) pelas principais atrações no entorno do Palácio de Buckingham… totalmente grátis!
Na recepção do hostel havia, também, ingressos para vários musicais, todos com um desconto enorme! E havia uma pessoa incumbida de ir buscar os hóspedes e deixar na portaria do teatro… quer melhor do que isso: ingresso mais barato e certeza de chegar ao local sem complicações? Os ingressos para a Catedral de St. Paul e para a Abadia de Westminster também comprei lá. Ambos com desconto de duas libras cada. Só aí, olha a economia…
Há, também, a possibilidade de comprar aqueles cartões turísticos, como o London Pass, Amsterdam Card e muitos outros. Neste caso, você tem uma série de atrações que podem ser visitadas apenas com a apresentação do cartão. Uma vantagem imensa, se você tem disposição para percorrer várias atrações em um dado período, que pode ser de um, dois, três dias… dependendo da cidade.
Outras vantagens: Com alguns cartões, há a possibilidade de usar Fast-track (furar a longa fila) das atrações e utilizar o transporte público sem pagar mais nada por isso. Consulte, detalhadamente, os sites oficiais de cada cartão, pois cada cidade tem suas regras.
8. Confira se vale a pena pegar um tour ou uma excursão
Muitos me questionam se vale a pena ou não pagar por uma excursão. Eu diria que sim e não. Tudo depende de onde você está e do seu objetivo. Eu já fiz viagens inteiras pelo Brasil em grupos de excursão (Serras Gaúchas, Nordeste etc.). Elas têm suas vantagens: você tem alguém que cuida de TODOS os detalhes para você. Sua única preocupação será o relógio.
E é justamente aí que vejo a grande desvantagem: você ficará totalmente refém de horários e programações. A situação se complica quando a refeição do dia (já paga) está incluída no passeio, pois se você resolver ficar por sua conta, sentirá que está desperdiçando seu dinheiro. Isso sem contar que, quando você não segue o grupo, se alguém lhe contar que foi lindo, maravilhoso, você ficará arrependido(a)! E há, também, aqueles momentos em que ficar por sua conta não é possível, devido às necessidades de deslocamento (de uma cidade para outra, por exemplo).
Eu, particularmente, não gosto mais desse arranjo. Essa coisa de ter uma hora para curtir por minha conta um lugar super legal, para depois parar por uma hora em uma fábrica ou loja qualquer, onde eu nunca pararia por minha escolha, mas que certamente é parte de um acordo entre empresas parceiras. Pior ainda, se eu tiver que comer em um restaurante no meio do nada, com comida razoável para sofrível, porque estava no pacote. Já passei por tudo isso e mais um pouco!…
Porém, acho que esta escolha é válida em algumas situações e eu optaria por ela, se fosse o caso. Pretendo visitar uns países onde não me sinto segura em andar por minha conta e não hesitarei em usar este recurso. Acho uma boa escolha quando a pessoa não se sente confiante com relação ao idioma ou às condições de segurança do lugar, por exemplo. Ou para quem está sozinho(a), pois é uma ótima maneira de se integrar e ter companhia. Conheço muitos casos de pessoas que hoje viajam com amigos que conheceram em outras viagens.
9. Capriche no café da manhã!
Alguns hotéis oferecem café da manhã sem custo extra. Outros, cobram uma quantia considerável pelo desjejum. Analise: você come a quantidade equiparável ao preço? Se sim, vá em frente e faça uma boa refeição.
Se você for como eu, que quer só um pãozinho com manteiga e um café com leite, tente achar uma rede conhecida ou uma padaria charmosa para sua primeira refeição do dia; de quebra, você já começa turistando, mesmo que seja naquele local em que o povo do lugar também vai… que melhor recomendação que essa?! Quer um exemplo? Paris ou Madri . Você senta em qualquer lugar e come como se morasse ali há séculos…
Na Holanda, pelo menos duas redes de lojas oferecem um café da manhã decente e barato. São elas: Hema e Ikea. Vale a pena experimentar, afinal, os preços são bem atrativos.
10. Escolha onde vai comer enquanto ainda estiver sem fome!…
Hã? Como assim? Sim, você leu certo! Esta é uma dica valiosa: escolher um lugar para comer morrendo de fome é quase uma sentença para pagar muito (bem, nem sempre), não ser bem atendido e comer mal. Explico: a fome vem logo depois que a gente sai de um museu ou uma atração imperdível, certo? Justamente, no perímetro dos locais “pega-turista”!
Bem, se você está passando por uma barraquinha ou quiosque cheio de quitutes, está com fome e quer arriscar, tudo bem. Tá valendo! Agora, escolher um restaurante às pressa, são outros quinhentos… acredite: já fui mestra nessa arte.
Hoje, escolho onde vou jantar, enquanto tomo o café da manhã. É preferível ter o trabalho de achar antes, do que se frustrar na hora que você já está cansado das andanças e tudo o que quer é uma boa comidinha para finalizar o dia.
Em uma viagem recente, achei um restaurante pelo Trip Advisor enquanto tomava o café da manhã. Li as resenhas (todas em Inglês – bem, um problema corrigido mais tarde, pela Turista FullTime… hehe!) e fui conferir. Nunca teria notado a existência, mas acabou sendo um tremendo achado!
11. Use e abuse das refeições alternativas
Este é um capítulo que eu adoro nas viagens! São sempre um “plus”, pois não só geram economia no bolso, como me fazem “pertencer”, sentir-me como local. Adoro uma barraquinha, um carrinho de rua… e não estou falando dos food trucks de última moda, não. Estou falando de vendedor ambulante, mesmo. Em qualquer lugar que eu esteja, prestigio esse tipo de comércio. É uma forma de interagir e de comer algo genuinamente local. Capítulo à parte para as cervejas… hehehe… gosto da comparação!
E pode-se comer tanta coisa deliciosa na rua! Desde os mais simples sandubas, até crepes, waffles… aquelas deliciosas que provocam seu olfato e que lhe fazem salivar a um quarteirão de distância!
Sem falar dos mercados… adoro! Fico doidinha, percorrendo as prateleiras e vendo o que tem de novo… e de velho, também… às vezes, encontro coisas que comia no Brasil – e que não acho na Holanda – e fico realmente empolgada. Parecendo “pinto no lixo”, como diz uma amiga minha…
Em cidades como Londres, por exemplo, achar um bom mercado pode ser a solução. A Marks & Spencer (M&S) tem lojas espalhadas por toda a cidade e há sempre uma grande variedade de lanches e até de pratos prontos. Uma ótima pedida se você estiver hospedado em um hostel (sempre tem micro-ondas e fogão) ou apartamento.
12. Procure viajar na baixa temporada
Claro que esta dica só funciona para quem tem um calendário flexível. Para quem tem crianças em idade escolar ou um emprego que não dê tanta margem de escolha, viajar fora da temporada pode estar fora de questão. Eu mesma vivi por mais de 20 anos esta situação, como professora e mãe. Porém, para quem pode viajar em qualquer época, planejar as datas com antecedência pode gerar uma economia enorme.
Em viagens para a Europa, por exemplo, uma boa alternativa é fugir dos meses de julho e agosto, quando o auge do verão faz não só as temperaturas, mas os preços subirem muito, também! Aqui, aproveito para ressaltar que a mesma dinâmica que se observa no Brasil em dezembro e janeiro, por conta do término do ano escolar, ocorre também em toda a Europa justamente nesta época e pelo mesmo motivo.
Outro aspecto importante é checar as épocas dos feriados escolares alternativos. No Brasil, não temos essas miniférias que existem em vários países europeus, os chamados “Spring Break” ou “May Holiday” ou “Autumn Holiday”, por exemplo. Nesses períodos, os preços das passagens e das hospedagens sobem vertiginosamente.
Como em muitos países da Europa faltar às aulas sem justificativa real implica em advertências e multas, as famílias com crianças em idade escolar aproveitam estes intervalos para viajar. Todos os anos, o governo holandês publica a relação de todos os feriados. Esta lista é uma excelente referência para saber os períodos de maior procura por passagens e hotéis (e, por conseguinte, evitá-los).
13. Consulte os blogs de viagem
Claro que como blogueira de viagem eu acredito que o melhor método de encontrar informações detalhadas é através dos relatos de viajantes experientes. E quer melhor do que alguém que tenha rodinhas nos pés para lhe oferecer este serviço???
O blogueiro de viagem conta com a experiência de tudo o que deu certo e errado. Se você vai a uma agência de turismo, por exemplo, esbarra em dois problemas: o primeiro é que, muitas vezes a pessoa que lhe vende um pacote nunca esteve no destino que você procura e, portanto, só pode lhe dar as dicas do que já leu ou ouviu. Estas dicas você poderá encontrar sem ajuda de outros. basta acessar a Internet. O segundo é que você pagará pelo serviço.
Quando você consulta um blog de viagem, não paga um centavo pelo post lido e pelas suas perguntas respondidas pacientemente pelo blogueiro. Tampouco paga comissão ou preço diferenciado pelas reservas que faz através dos parceiros. O único “pagamento” que cada blogueiro espera de você é a divulgação do trabalho e os comentários positivos por aquilo que você usou e aprovou.
E volte sempre que precisar de boas dicas!
As dicas não param por aqui. Sempre há uma saída para se divertir e conhecer os lugares sem ter que se endividar para isso. São pequenas escolhas, que não impactam na experiência de descobrir o lugar, mas que garantem fundo de caixa para o próximo destino.
Adorei a forma divertida e clara com que você transmitiu informações e experiências suas e dos lugares por onde passou. Obrigada por abrir minha mente e olhos em alguns aspectos. Uso de um pouco do meu tempo para deixar minhas felicitações por tudo. Afinal de contas, as pessoas só sabem que fizeram algo de bom se lhes forem ditas. =D
Querida Letícia! Que delícia ler o seu recadinho. Eu tenho a mesma filosofia: gosto sempre de elogiar as pessoas, pois acredito muito no estímulo positivo. Fiquei muito comovida com a sua felicitação. Um grande abraço!
Excelentes dicas. Planejamento é tudo, mas nem é tão difícil. Vale a pena. Poupamos tempo e ganhamos mais confiança quando chegamos ao destino. Concordo plenamente com as dicas passadas.
Querida Ana, muito obrigada pela leitura e pelo comentário. Fico muito feliz que tenha gostado. Beijão!
Muito interessante…o q vale pesquisar tbem são hotéis ou apts c cozinha( assim vc pode jantar uns pães, queijos e vinho, economia de restaurante) claro, longe dos centros turísticos, bom…vai gastar c transporte, mas eh possível comprar ticket de trem p familia, p 2, 3 dias ou até semana ( vale a pena). Outra dica de economia eh n tomar café no Hotel ( media de 11 euros), legal eh poder sair nos cafés da cidade e experimentar os cafés dos nativos.
Em relação a excursão, tbem n pagaria guia, n me sinto a vontade em ficar a mercê do grupo…tudo cronometrado. O legal eh pesquisar brasileiros q vivem no local e oferecer um trabalho ( somente p traduzir alguns programas), afinal…tem brasileiros p todo canto kkk…