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Domingo passado participei mais uma vez da corrida Paris Versailles La Grande Classique, um percurso de poucos mais de 16 quilômetros que separam a Torre Eiffel do Palácio de Versailles. Eu, que já havia participado no ano passado, sabia o que esperar. Mesmo assim, estava com uma expectativa enorme!

Assim como na edição de 2015, viajei acompanhada do meu marido e de um casal de amigos. A parceria deu tão certo que estamos muito empolgados em manter a tradição enquanto for possível e nossas pernas aguentarem, afinal, não é um percurso fácil e nem uma prova para se fazer toda hora. É preciso muito preparo para cumprir os desafios ao longo do caminho…
 
Há muito o que falar de Paris e de todas as possibilidades além da corrida, mas neste post vou focar apenas no evento. Deixarei para comentar os passeios em uma outra ocasião. Então, para quem quer participar desta grande festa, aqui vão algumas dicas…

Como garantir a inscrição para a Paris-Versailles?

Esta é uma corrida extremamente popular, tanto entre os franceses quanto entre pessoas do mundo inteiro. Milhares dr corredores vão à Cidade Luz neste final de semana só para isso. Para você ter uma ideia da procura, este ano foram mais de 26 mil participantes! As inscrições começaram (e terminaram) meses antes. Eu fiz a minha inscrição em abril e saca só o meu número…

Foto: cortesia do evento

Então, o primeiro passo para não ficar de fora é estar ligado na época em que as inscrições são abertas pelo website oficial.Uma boa dica é seguir a página do evento no Facebook, pois tão logo ocorra a abertura, você já fica sabendo e pode se organizar.​

O evento sempre acontece no terceiro domingo de setembro. Então, é fácil fazer um planejamento a longo prazo. A edição 2017 já tem data definida: será no dia 24 de setembro. Outro detalhe importantíssimo: é necessário enviar um atestado de saúde emitido pelo seu médico.
A primeira etapa da inscrição é o pagamento, mas a participação só é confirmada (por e-mail) após o recebimento do atestado médico.  Este documento é padrão e você deve fazer o download do formulário no próprio site do evento.

Na véspera do evento, o kit com o número, o chip e a camiseta é retirado sempre no mesmo local. Aí você já começa a ser contagiado pelo clima da grande festa. Há stand para tirar fotos e um grande painel em que você encontra todos os nomes das pessoas que participarão da corrida. Acredite: é uma alegria encontrar o seu! Há, também,  muitos produtos e acessórios à venda. Tudo acontece num clima de muito entusiasmo e descontração.

Paris-Versailles 2016 (foto: Regina Oki)

Ali, também, você fica sabendo de outros eventos que acontecerão na França. Eu fiquei doida para fazer um percurso de 18km na região de Champagne. Povo criativo que pega pesado no “incentivo”: a cada 2km, há uma parada para “reidratar”. Só que no lugar de água, eles servem champagne. Très chic!

Os preparativos para a Paris-Versailles

Bem, quem participa de uma prova dessas, sabe que encontrará um percurso longo pela frente. Apesar disso, eu acho uma prova bem democrática, pelo seguinte: a primeira largada sempre acontece às 10:00 da manhã e você tem até às 13:30 da tarde para cumprir a distância.
Lógico que para quem leva a questão do tempo a sério, este percurso será feito em menos de uma hora e meia. Porém, há inclusive quem caminhe. Há, também, quem faça o percurso só no “trotinho“, correndo bem lentamente, mesmo.
Tem gente que corre até empurrando carrinho de bebê! Este ano havia um casal participando “em família”. Eu cumpri o percurso em pouco mais de duas horas… e parei até para usar o banheiro! É uma linda e grande festa!

Meu desafio na Paris-Versailles 2016

Acho que, para mim, a Paris-Versailles sempre será um desafio.  Talvez eu tenha mais vontade do que pernas! O ano passado foi uma tortura percorrer os 16km com uma lesão no joelho esquerdo. A partir do primeiro quilômetro, a dor passou a me acompanhar e foi comigo até o fim. Foi um dos maiores desafios da minha vida. Este ano, o desafio era outro: lidar com a carga do sobrepeso, depois de 9 meses me recuperando de duas lesões.

Teimosia, obstinação, paixão pelo asfalto sob os pés. Chame como quiser.  Este ano, apesar das dificuldades, eu curti o percurso e cruzei sorridente (e ofegante!) a linha de chegada.

Desafios da Paris-Versailles comuns a muita gente

Bem, eu tive as minhas dificuldades, mas há alguns “perrengues compartilhados” e é bom conhecê-los para poder fazer um bom preparo psicológico. Há pelos menos três trechos bem desafiadores, mas o pior deles é o que fica entre o sexto e o oitavo quilômetros. Um trecho ladeira acima que parece que não vai ter fim. Confesso que andei a maior parte do tempo nessa parte. Desafio de 2017: subir correndo!

E no final, aliado à exaustão de já ter percorrido mais de 15 quilômetros, o que resta do percurso também tem uma inclinação. Aí mistura tudo: cansaço, emoção…dificuldade em manter a respiração sob controle. E saber que está pertinho do final, tira o fôlego mesmo. Nas duas vezes, cheguei chorando! É uma sensação muito boa. Só quem corre para saber o que é isso…

Bem, depois de todo esse desafio e suadeira, nada melhor que uma boa recompensa gastronômica para acalentar corpo e alma. E parece que todo mundo teve a mesma ideia este ano. Como em time que está ganhando não se mexe, fomos ao mesmo restaurante português do ano passado. Repetimos, também, o cardápio: bolinhos de bacalhau, ora pois!

​Lá, encontramos a mesma Dona Helena sorridente (dona do estabelecimento) e a nossa conterrânea baiana responsável pelos deliciosos quitutes. Tudo igual, com clima de casa da gente. E a freguesia quase toda vestindo roupa suada e ostentando a linda medalha no peito.

 Final feliz para um dia de muita superação…

Restaurante L’ Avenir (foto: Regina Oki)

Confesso: eu deveria dar mil detalhes práticos e técnicos sobre o evento. Entretanto, todos os detalhes já estão esmiuçados no post da corrida de 2015 e pouca coisa mudou nesta edição de 2016. Então, se você quiser saber mais, é só dar uma espiadinha lá. Ou pode me mandar uma mensagem, que responderei com o maior prazer.

O que eu quis, neste post, foi relatar um pouco das emoções que senti. Contar para todos que é possível, sim, não desistir do sonho. Não recuar na primeira ou na segunda ou na enésima dificuldade. E seguir em frente. E querer sempre mais!

Foto: Regina Oki

Receber minha medalha das mãos de uma voluntária no final foi o melhor presente para esquecer os nove meses de dor, de sofrimento e de afastamento das pistas.  Foi maravilhoso olhar pra trás e pensar que tudo isso faz parte do caminho. Tudo isso fortalece e faz crescer.

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