Ginga Tropical traz o que o Brasil tem de melhor: a sua multiculturalidade. Através de sons, ritmos e danças, o espetáculo apresenta e enaltece a pluralidade da cultura brasileira.
Ginga Tropical: será que eu tenho isso?
Você já se imaginou na situação de ter que explicar para um estrangeiro o que é ginga? Além disso, será que todo brasileiro tem ginga? E será que toda ginga é tropical?
Confesso para você que quando soube da existência do espetáculo Ginga Tropical, em cartaz no Rio de Janeiro há quase seis anos, achei o nome, no mínimo, curioso.
Afinal, o que esperar da apresentação? Nem me dei ao trabalho de grandes reflexões. Já caí, direto, no lugar comum: o estereótipo nacional do rebolado.
Deduzi que seria um espetáculo de requebrados e de corpos perfeitos, esculpidos nos trejeitos do samba.
Além disso, assumi que seria o tipo de programa perfeito para um turista estrangeiro, mas que para brasileiros, talvez não fosse haver grandes novidades.
Ah, como a vida ensina… e os eventos culturais, também!
As duas horas do espetáculo Ginga Tropical se mostraram muito mais do que um simples entretenimento na Cidade do Carnaval.
Eu fiz uma verdadeira imersão cultural pelos ritos, danças e tradições deste nosso país de proporções continentais e de uma pluralidade singular.
Ao final do espetáculo, estava convencida de que como uma autêntica tupiniquim, sempre terei a grata possibilidade de me surpreender com as incontáveis tradições, festas e ritmos deste gigante Brasil.
Ginga Tropical: o que esperar do espetáculo?
O espetáculo foi a materialização da tese de Mestrado de sua idealizadora: Rose Oliveira. Apaixonada pela cultura e pelo folclore do Brasil – e detentora de um vasto conhecimento adquirido por suas andanças pelo mundo – ela decidiu botar em prática um projeto audacioso: combinar educação com entretenimento. E posso confessar a você? Ela cumpriu a tarefa com louvor!
Assim, o Ginga Tropical passeia pelos quatro cantos do Brasil e resgata de Norte a Sul várias manifestações populares.
Manifestações que são bem conhecidas nas suas respectivas regiões. Porém, talvez, desconhecidas de uma boa parcela do restante do país.
Certamente que (quase) todo brasileiro sabe o que é Samba, Capoeira, Forró, Frevo, Funk e Lambada. Mas o que dizer do Maculelê? Ou do Carimbó?
Ou, ainda, das Boleadeiras? Festival de Parintins… como assim? Será que sulistas e nortistas se entendem nessa hora? A paulista aqui boiou em alguns momentos!
Mas, pra tudo isso tem remédio, pois a música e a dança não precisam de palavras. E apreciar o belo é a coisa mais fácil que existe.
Entrando no clima do Ginga Tropical
Assim que você chega ao teatro, já percebe que será um espetáculo, de fato, tropical. As roupas dos recepcionistas e o bar, logo na entrada, já proporcionam aquele clima que nos é familiar.
O espetáculo inicia-se com a presença de um anfitrião, que saudando a todos em Inglês e Português, oferece à plateia os princípios básicos para cair no samba.
A empolgação dos sambistas de primeira viagem turistas estrangeiros é visível. Ficam excitadíssimos com a ideia de – finalmente – aprender o que é samba no pé. E são destemidos: aceitam o desafio prontamente.
Beleza, todo mundo devidamente “aquecido”, hora de o espetáculo começar.
Ginga Tropical: um musical diferenciado
A abertura se faz com uma banda que concilia instrumentos de percussão com instrumentos de cordas.
Além disso, há duas potentes vozes: uma feminina, outra masculina.
Interessante a disposição no palco: a percussão de um lado, os intrumentos de corda , os teclados e a bateria, do outro.
Como se um doce duelo ou diálogo estivesse sendo travado entre eles. Som de primeiríssima qualidade.
O que acontece a seguir é uma sucessão de ritmos e danças, cada qual representando um pedacinho do Brasil.
Fico impressionada com os figurinos e a graça dos dançarinos. Fico, também, boquiaberta com a força e a destreza dos capoeiristas.
Na hora da Lambada, fica difícil não levantar e sair dançando! Lembro da minha mocidade, quando tentava repetir os movimentos que via pela TV.
O espetáculo é nostálgico. Remete às memórias da minha infância, quando ensaiava danças de outras regiões para a Semana do Folclore na escola.
O Ginga Tropical é, também, luxuoso: lembra-me os espetáculos dos cruzeiros que fiz pelo Mediterrâneo.
Por incrível que pareça, a sucessão de danças e ritmos que não têm, particularmente, uma relação direta com a anterior, não se tornam enfadonhas.
Cada uma traz seu diferencial. E todas têm algo em comum: a energia positiva e os movimentos vibrantes.
Sem a menor pretensão de ser “bairrista”, mas o melhor vai ficando para o final, quando se inicia a sessão Samba e Carnaval. 🙂
É chegada a hora da festa
Ao fim do espetáculo, a plateia é convidada a subir ao palco e participar da grande festa. E aí, será que eu fico sentada?
Quando dou por mim, já estou com um tamborim nas mãos, fazendo parte da banda! Sem a menor noção, mas com muita empolgação, crente de que estou tocando muuuuito! Hahaha…
Os convidados ficam eufóricos nesta hora. Duro é avisar pro povo que a festa está acabando e que é pra todo mundo descer do palco e ir pra casa…
Ginga Tropical: informações práticas
O espetáculo Ginga Tropical é apresentado às terças, quintas, sextas e sábados a partir das 21:00 na sala Fernanda Montenegro do Teatro Leblon.
Entretanto, a bilheteria encontra-se aberta a partir das 16:00 e a abertura do teatro acontece a partir das 20:00.
Ingressos para o espetáculo Ginga Tropical
Os ingressos regulares custam R$220,00 (tarifa de fevereiro de 2019). Contudo, como uma forma de incentivo à cultura, o Projeto Brasileirinho oferece tarifas especiais para brasileiros. Assim, o ingresso para nós passa a custar R$110,00.
A classificação etária do espetáculo é livre e crianças com menos de 5 anos têm direito à gratuidade. Crianças de 5 a 11 anos pagam meia entrada.
As reservas podem ser feitas através de e-mail enviado para reserva.vendas@gingatropical.com.br.
Agradecimentos
Assisti ao espetáculo a convite da direção do Ginga Tropical, na condição de blog membro do núcleo carioca da RBBV (Rede Brasileira de Blogueiros de Viagem).
Entretanto, cumprindo com o compromisso de transparência do blog, todas as opiniões e comentários deste post são baseados, exclusivamente, nas minhas impressões e experiência.
Estavam comigo nesta ação coletiva as blogueiras Denise Barreto, Luciana Freitas e Daniela Cascardo. Confira, também, os posts publicados em seus respectivos blogs:
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