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Após nove anos fechado para reforma, o Museu do Ipiranga está de portas abertas ao público. Com um rico acervo e totalmente modernizado, ele é um programa imperdível em São Paulo. Saiba tudo para organizar a sua visita!

Desde que ocorreu sua reabertura em 08 de setembro de 2022, em comemoração ao Bicentenário da Independência, eu estava louca para visitar a sede do Museu Paulista.

 

Fachada do Museu do Ipiranga em São Paulo

 

Afinal, eu sou apaixonada pela História do Brasil e tenho um interesse especial por alguns personagens que marcaram a trajetória do nosso país.

Entre eles, a Princesa Leopoldina e, mesmo com todas as controvérsias, D. Pedro I.

Além disso, o Museu do Ipiranga está instalado em uma construção maravilhosa, cujos jardins têm uma beleza estonteante. Motivo que por si só já justificaria a visita.

Então, nesta última ida à capital paulista, dei um jeito de incluí-lo na minha programação. E posso dizer que foi uma experiência incrível!

A única coisa que lamento foi não ter conseguido explorar a parte externa com mais calma, pois meu cronograma estava muito apertado e eu acabei priorizando a parte interna.

Contudo, eu recomendo que você reserve algumas horas para poder aproveitar ao máximo a sua visita ao Museu do Ipiranga.

 

Estrutura do Museu do Ipiranga

 

Apesar de o prédio que abriga o Museu do Ipiranga ter sido construído para celebrar a Proclamação da Independência, você vai encontrar muito mais do que só fatos e artefatos remetendo a este episódio da História do Brasil.

Na verdade, este museu é especializado na História da sociedade brasileira. Seu acervo conta com pinturas e objetos que retratam a formação e desenvolvimento do território brasileiro. Em especial, a cidade de São Paulo.

São inúmeras salas, divididas por tópicos, em que você vai fazendo um passeio divertido e multissensorial pela História do nosso país.

Inclusive, diferentemente de muitos museus espalhados pelo mundo, o Museu do Ipiranga convida você a tocar algumas instalações.

Na verdade, em uma iniciativa de inclusão social, o acervo conta com várias obras multissensoriais. Algumas são audiovisuais; outras são táteis.

 

 

No caso das instalações táteis, elas são réplicas em relevo dos quadros mais importantes do museu.

De modo que pessoas com deficiência visual têm a oportunidade de conhecer as obras expostas.

Eu achei essa abordagem multi-formato fantástica, coisa de primeiríssimo mundo!

Ao todo, são 390 objetos multissensoriais, sendo 70 deles audiovisuais.

E o grande barato disso tudo é que todo mundo acaba embarcando nesta exploração. Inclusive quem, em tese, não precisaria desses recursos!

Eu adorei sentir na ponta dos dedos as obras que eu estava apreciando. No fim, acaba enriquecendo a experiência de todos. Democraticamente, como a Arte deve ser!

 

Exposições temporárias e permanentes

 

Honestamente, eu fiquei arrepiada quando cheguei ao saguão do Museu do Ipiranga e me vi de cara com a estonteante Escadaria Nobre.

Por mais que eu já tivesse visto mil fotos daquele cenário (afinal, aquele é o point preferido para registrar a visita ao museu!), nada como conferir ao vivo e em cores.

 

Escadaria Nobre do Museu do Ipiranga em São Paulo

 

É, realmente, de cair o queixo! Mas, aguente firme a vontade de subir os degraus e continuar sua exploração pelo andar superior.

Vale a pena seguir a sequência natural (seguindo a linha de raciocínio dos historiadores e a timeline do museu) para que sua experiência fique ainda mais completa.

O Museu do Ipiranga conta com 11 exposições permanentes.

Todas são super interessantes, mas algumas são essenciais para compreender a construção do edifício e as transformações do acervo ao longo da História.

 

 

Para entender o Museu

 

Umas das minhas preferidas, Para entender o Museu é uma exposição que apresenta uma maquete do Museu do Ipiranga.

Parar ali e conferir os detalhes da construção através de uma outra perspectiva é fundamental para tornar a experiência completa.

É ali que você consegue ter a real dimensão da grandiosidade do edifício onde você se encontra. Aprecie com calma, pois vale a pena!

 

Maquete do Museu do Ipiranga

 

Uma História do Brasil

 

Esta exposição está distribuída em três ambientes do museu: o Saguão, a Escadaria e o Salão Nobre.

As obras expostas nestes espaços apresentam a formação do Brasil.

Ali, você vai encontrar esculturas, pinturas e objetos representando os personagens mais marcantes do início da colonização portuguesa e, também, aqueles ligados à independência do nosso país.

 

 

Passados Imaginados

 

Nesta exposição, é possível apreciar pinturas que representam cenas e personagens da História do Brasil.

Um dos destaques desta parte do museu é uma maquete super detalhada que representa como era a cidade de São Paulo há 150 anos.

Que diferença quando comparada à capital paulista da atualidade!

 

 

Jardim Francês

 

O Jardim Francês é um capítulo à parte! Criado pelo paisagista belga Arsenio Puttemans em 1907, foi inspirado nas formas neoclássicas de André Le Nôtre, o francês responsável pelos jardins do Palácio de Versalhes.

E, de fato, existe uma semelhança! Tem até uma fonte, que rende lindas fotos!

Inclusive, fica a dica: mesmo que você não consiga visitar o Museu do Ipiranga, passear pelo Jardim Francês e pelo Parque da Independência pode ser um ótimo programa. Especialmente, se você estiver com crianças.

 

 

Parque da Independência

 

O Parque da Independência é uma grande área verde, de mais de 161 mil metros quadrados, onde estão instalados o Monumento à Independência, a Casa do Grito, o Riacho do Ipiranga, o Jardim Francês, o Horto Botânico e o Museu Paulista que, no caso, é nome oficial do Museu do Ipiranga.

Ele é um parque público, que não precisa de ingresso para visitar e que oferece inúmeras possibilidades de lazer.

 

 

lém disso, ele é um parque tombado pelo CONDEPHAAT, CONPRESP E IPHAN, pela sua importância para a História do nosso país.

Foi ali, na colina do Ipiranga, junto ao Riacho do Ipiranga, que D. Pedro I declarou a Independência do Brasil em 1822.

Mas, mesmo que seu interesse não esteja voltado para a História, é um parque bem bonito e agradável, com uma grande variedade de árvores e plantas.

 

Como visitar o Museu do Ipiranga?

 

Acho que pelos próximos tempos, visitar o Museu do Ipiranga vai exigir um pouco de resiliência.

Digo isso porque conseguir os ingressos on-line ainda continua sendo um grande desafio. E não por questões operacionais. É por pura oferta e procura, mesmo!

Afinal, o museu esteve fechado por anos e agora que reabriu, lindo, modernizado e com total acessibilidade, todo mundo quer visitar. Paulistanos e turistas ficam à caça dos ingressos, que se esgotam rapidamente.

Como os ingressos são gratuitos (por enquanto), há duas formas de adquiri-los: por meio do agendamento através do site do Sympla ou diretamente na bilheteria do museu.

Entretanto, é preciso destacar dois pontos fundamentais. Primeiro, os ingressos online ficam disponíveis somente às sextas-feiras a partir das 10:00 da manhã para serem usados na semana subsequente.

E acredite: já deixei o alarme do celular preparado para a ocasião várias vezes e, ao entrar no site, encontrei todos os horários esgotados no primeiro minuto.

A segunda alternativa é ir direto à bilheteria e tentar um ingresso para o mesmo dia. Estes ingressos são liberados (mediante à doação de um quilo de alimento não perecível) de hora em hora a partir das 11:30 da manhã.

Entretanto, já ouvi relatos de pessoas que tentaram em finais de semana e não conseguiram ingresso.

Então, se você quiser aumentar suas chances de visitar o Museu do Ipiranga sem ter adquirido o ingresso online, vá durante a semana. Assim, maior a probabilidade de conseguir entrar.

 

Informações práticas

 

O Museu do Ipiranga está localizado junto a uma área verde bem extensa, que é o Parque da Independência.

A recepção está localizada na Rua dos Patriotas 20, no bairro do Ipiranga.

O museu funciona de terça a domingo das 11:00 às 17:00, sendo que a última entrada é somente até às 16:30.

A abertura em feriados pode sofrer mudanças, de acordo com a programação. Então, é sempre bom checar o site oficial para as informações mais atualizadas.

O museu conta com guarda-volumes grátis, o que foi perfeito porque eu fui direto do aeroporto de mala e cuia fazer minha visita!

Não dava tempo de passar no hotel e eu não podia perder a oportunidade de jeito nenhum!

Em abril de 2023, ainda não havia estacionamento funcionando. O site oficial do Museu do Ipiranga diz que, futuramente, haverá vagas para pessoas com deficiência (PcD) e idosos e que o acesso encontra-se na Rua dos Patriotas, 100.

Por enquanto, pessoas com deficiência (PcD) e idosos podem utilizar a área de embarque e desembarque na Rua Xavier de Almeida (s/n).

 

Como chegar ao Museu do Ipiranga?

 

Há várias linhas de ônibus que passam próximas ao museu: 174M-10, 217, 4491-10, 476G-41, 477A-10, 478P-10, 5108-10, 874T-10.

Entretanto, a estação de metrô mais próxima, que é a Alto do Ipiranga (linha 2 – verde), não é tão pertinho assim. Posso afirmar, pois caminhei até lá (são 2.4km)!

E mesmo sendo um trajeto plano foi perrengue, pois eu estava puxando minha mala… hahaha!

Então, na minha opinião, a melhor maneira de chegar ao Museu do Ipiranga é usando carro de aplicativo. Prático, fácil e confortável!

 

Minha experiência

 

Visitei o Museu do Ipiranga em numa sexta-feira, aproveitando a véspera de um final de semana que eu usaria para participar de um Seminário da ABVV (Associação Brasileira de Blogs de Viagem).

Como minha chegada a São Paulo estava prevista para às 13:00, achei que teria tempo de sobra para visitá-lo. Afinal, era só pegar um Uber e por volta de 14:30 estaria lá, certo?

No papel, todo planejamento de viagem é lindo! Só que na prática, as coisas nem sempre seguem o nosso raciocínio.

Daí que meu voo atrasou, eu levei mais de meia hora para conseguir um Uber saindo do aeroporto de Congonhas e o trânsito de São Paulo não é o melhor do mundo.

Conclusão: cheguei ao Museu do Ipiranga já passava das 15:30 e não queria passar correndo pelas exposições. Então, ficou faltando explorar o lado de fora, pois até eu sair já estava escurecendo.

Fica aí um puxão de orelha pra mim mesma, pois fui na contramão de uma coisa que eu aconselho tanto e que não segui: se a atração é muito importante pra você, não a coloque no dia da chegada ou da partida.

Assim, você evita a sensação de ter estado num lugar tão icônico, que você desejou visitar por tanto tempo… e que não conseguiu aproveitar como queria!

Mas, tudo bem: São Paulo está a uma ponte aérea de distância… e eu voltarei!

 

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Categorias: São Paulo

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2 thoughts on “Museu do Ipiranga – Dicas Práticas para Visitar”

  1. O museu do Ipiranga com a reforma ficou lindo, e os jardins também, pena que a fonte já não ligam mais. E também não precisar se matar para conhecer o interior do museu, pois de bonito só tem a escadaria interna, o grande quadro fake do Imperador empunhando a espada e um monte de porcarias, como rádios e ferros de passar antigos. Um visitante entrevistado por uma TV disse que o museu tem maquetes aos montes, que devem ter consumido toda verba prá aquisição de relíquias dignas de um museu. Aliás todas que tinham antes da reforma foram roubadas- havia lindas carruagens, liteiras que eram levadas por escravos, um carro de bombeiros montado numa carroça, o quarto completo de Dom Pedro, uma mecha de cabelo da princesa Leopoldina, armas antigas e muito mais. Daí prepare-se para andar muito e ver pouca coisa que interesse.

    1. Olá, Mário! Primeiramente, agradeço a leitura e a sua participação aqui neste post. Posso ver que você tem bastante conhecimento sobre o assunto. ? Confesso que desconhecia muitos fatos que você citou e tive uma experiência diferente (gostei bastante da minha visita ?). Acho muito importante abrir este espaço para o debate e para que todos possam compartilhar as suas impressões. Obrigada pelo seu relato, bem completo e sincero. Um grande abraço!

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